Os primeiros versículos são o prólogo da
secção inteira sobre as pragas, que vêm designadas como sinais,
prodígios, julgamentos. Vejam-se apenas estes três quadros:
1. o mandato dado a Moisés, 2. a resistência do
faraó, 3. os sinais cósmicos das pragas.
Quem
resiste à vontade de Deus, que é a vontade do bem, e se mostra
arrogante como o faraó, encontra o sofrimento e a morte, isto é,
o julgamento de Deus.
v. 1 “farei de ti um deus para o faraó
”. Claramente Moisés será chamado a ter o papel mais importante,
substitui Adonai. Aarão será apenas o seu porta-voz. Na tensão
entre a profecia (Moisés) e o sacerdócio (Aarão), o autor faz
saber que a profecia é mais importante.
v. 3 “Mas eu endurecerei o coração do
faraó e multiplicarei os sinais …” É o Senhor que endurece o
coração do faraó, para poder mostrar o seu poder e o seu
julgamento sobre aquele que lhe resiste (Sl 78,42-51; Ef
5,6).
vs. 4-5 “ o faraó não vos escutará…”
Adonai prepara Moisés para o fracasso aparente da missão, que
durará um certo tempo, para depois acabar nos “grandes
castigos”, literalmente grandes “julgamentos”. Estes farão com
que o faraó compreenda quem é o Senhor e qual é o seu poder.
Adonai age por si só, tudo realiza, endurece o
coração do faraó, desencadeia as pragas, faz sair os israelitas
do Egipto. Toda a história está nas suas mãos.
É ele que faz cair um e enaltece o outro, quando o seu tempo
chega (Sl 75/74, 3-8).