“Esperar o Senhor velando e orando significa fazê-lo reinar sobre o nosso hoje e conhecer, portanto, a sua vinda já, aqui e agora.” Luciano Manicardi. 2018
A palavra “Advento” deriva do latim “adventus” que significa vinda, chegada. Com esta palavra a Igreja designa o tempo em que os cristãos esperam a vinda de Cristo que se festeja no Natal. O Advento começa quatro domingos antes da grande festa cristã do Natal. Este tempo é de preparação marcada pelo simbolismo da espera e da alegria.
O Advento fica marcado por Maria, a mulher que espera o nascimento do seu filho Jesus. A tradição cristã equipara a pessoa de Maria, que acolhe a vida e espera, à da Igreja, (uma comunidade de crentes celebrando em comunhão e diversidade), que também acolhe e espera a realização das promessas de Deus.
O Advento e o Natal são a memória da manifestação de Deus na história da humanidade, por isso este tempo é de alegria. A alegria da promessa que se cumpre. “Por isso, o Senhor, por sua conta e risco, vos dará um sinal. Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz um filho, e há-de pôr-lhe o nome de Emanuel.” (Isaías 7; 14). Emanuel que quer dizer Deus connosco.
É a alegria do reencontro, a alegria de Deus que se faz humano em Jesus e a alegria da humanidade que descobre em Jesus a presença de Deus. Alegria porque Deus está connosco!
A gestação que recordamos durante o Advento não é apenas a de Maria, mas também a gestação do Reino. Os Evangelhos referem-nos o Reino de Deus apresentado por Jesus através de imagens como do grão de mostarda e do fermento na massa por exemplo. Assim, o nosso tempo é vivido entre o “já” e o “ainda não”. Enquanto esperamos vamos preparando o Reino, mas também já estamos a realizar esse Reino de Amor, de Justiça e de Paz.
E que esperamos nós? De que é feita a nossa espera? Que promessas nos iluminam e que festa preparamos para acolher a próxima vinda de Jesus?
À nossa volta constatamos muitos sinais de intenso consumo. As lojas já estão em “advento”. Essas iluminações festivas não são luzes de esperança e de reflexão, mas de publicidade. São apelos e promessas “irresistíveis” para os consumidores. Sabemos que não é essa a nossa festa.
Vivendo em tempos de violência, de fome, de hipocrisia, de medo, de prepotência, de falsidade, de degradação ambiental, de desprezo pela dignidade humana, de fúria, de decadência… Contudo, mesmo que “seja noite e faça frio” esta não é toda a realidade. Embora mais discretos e raramente noticiados, também há sinais de esperança, de generosidade e de gratuidade genuínas.
Este é o nosso tempo! Estamos vigilantes em atitude de confiança amorosa, numa espera primaveril e atenta, de mãos dadas e coração limpo, fortalecidos pela fraternidade e perseverantes nas provações, somos capazes de ler os sinais de vida e de luz e nisso discernir a proximidade da salvação.
Esperamos vinda gloriosa de Cristo Salvador!