Estamos num momento absolutamente singular de escuta da realidade do catolicismo no mundo inteiro, que se pretende que tenha impacto num repensar da organização da Igreja e da sua forma de estar no mundo.
Terminada a 1ª fase de escuta e de apresentação das sínteses, com o resultado da reflexão feita pelos vários participantes no caminho sinodal, importa não perder o que foi vivido até agora e prepararmo-nos para continuar caminhando.
Para tanto, precisamos de saber o que se está a passar em Portugal e no mundo. Lembramos que o site da Fundação Betânia (link) é uma boa fonte de informação sobre o tema.
No que respeita a Portugal, importa ter presente uma notícia do 7Margens, que fez um curto inquérito às 21 dioceses do país (as 20 territoriais, mais a diocese das Forças Armadas e Segurança).
De acordo com a notícia publicada em 10 de Maio, embora seja difícil avaliar o número de participantes envolvidos nesta 1ª fase, é possível dizer, sem exagero, que pelo menos 50 mil pessoas terão até agora sido envolvidas em todo o país, neste processo.
De referir, contudo, que “A quase totalidade das dioceses portuguesas decidiu divulgar apenas as sínteses diocesanas do processo sinodal em curso na Igreja Católica”. Ficamos a saber também que, “entre as que já decidiram realizar uma assembleia para discussão e/ou aprovação da síntese diocesana, só duas já a fizeram – a maior parte acontecerá ainda na segunda metade de Maio ou durante o mês de Junho”. Algumas dioceses “dizem que não irão divulgar os contributos recebidos: Guarda, Lamego (haverá apenas uma síntese no jornal diocesano), Leiria-Fátima, Portalegre e Castelo Branco (os diferentes relatores receberão) e Vila Real. Lisboa deixará ao critério de cada grupo ou instituição a decisão sobre a sua divulgação”. “Das restantes, Funchal e Porto ainda irão decidir o que fazer; Braga divulgará, embora a decisão final não esteja ainda tomada; Aveiro e Viana divulgarão apenas as sínteses dos diferentes arciprestados. A diocese das FAS divulga os contributos dos diferentes grupos na respetiva página no Facebook.”
Além de três dioceses que não reagiram ao inquérito, para outras não foi possível inferir uma resposta clara. “É o caso de Angra, Coimbra, Santarém e Viseu. O Algarve irá decidir no próximo dia 21 o que fará e Beja publicará uma lista de todas as paróquias, grupos, instituições ou pessoas que responderam para se perceber a “mobilização que o Sínodo operou ou não na Diocese…”. Durante o mês de Junho haverá ainda várias dioceses a trabalhar nas suas sínteses.
Em conclusão, não desconhecendo a dificuldade de dar conta do trabalho realizado pelos vários participantes, a opção de algumas dioceses pela apresentação de uma síntese implica sempre critérios de elaboração de um texto final, “sintético”, que nunca será capaz de dar cabalmente voz de todos.
Como observava ainda Frei Fernando Ventura, numa reação à notícia do 7Margens, “Não temos também referência à “escuta e participação”, nas palavras do Papa, “dos de fora, dos da periferia”. Eventualmente terão sido ouvidos, mas à primeira vista, fica a sensação de que na maioria dos casos, senão na quase totalidade, os que foram “ouvidos” foram os “de dentro”, os de sempre”.
Que devemos ainda fazer até à realização do Sínodo?
A proposta da Fundação Betânia aos grupos que foram por si envolvidos na 1º fase, é a de continuar a caminhada.
A escolha da forma como o vamos fazer deverá ser desenvolvida num encontro, a realizar em data a anunciar, que procurará que se não perca o caminho que fizemos em conjunto até agora, correspondendo ao apelo á missão do Papa Francisco.